Família deve aumentar produção em 40% após adotar medidas de adubação, poda corretas e plantio de variedades mais resistentes, indo na contramão dos efeitos da bienalidade. Agricultores aumentam produção de arábica mesmo com impacto da bienalidade na colheita
Em ano de safra menor devido aos impactos da bienalidade do café, uma família de agricultores de Marechal Floriano, na Região Serrana do Espírito Santo, está com 26 mil pés de café arábica em plena produção na contramão dos efeitos normalmente esperados em época de baixa produtividade das lavouras.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
É comum uma safra de café passar pela alternância na produção. Geralmente, em um ano a produção é maior e, no ano seguinte, há uma redução. Isso é a bienalidade.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 2023 será um ano de safra menor do café, com previsão de colheita de 3 milhões e 75 mil sacas no Espírito Santo. No ano passado, foram mais de 4,3 milhões de sacas colhidas no estado.
A expectativa é que o Espírito Santo registre queda na produção na ordem de 30%. Porém, com medidas como adubação, poda corretas e plantio de variedades mais resistentes associados a outras técnicas, a família Velten espera um aumento de cerca de 40% na produtividade.
Lavoura de café da família Velten, em Marechal Floriano, ES.
Reprodução/TV Gazeta
Boa parte da produção José Carlos Velten e seu filho, Jean Velten, é de cafés especiais.
Os primeiros grãos começaram a amadurecer em maio e muitos pés já estão prontos para a colheita. Mas ainda há muitos com café verde. Pai e filho estão confiantes de que a safra vai ser boa.
“Este ano está bem melhor que o ano passado. Nesse eu vou ter um aumento, eu acho que de uns 40% na produtividade, e as lavouras estão bonitas, vigorosas. Aqui a gente teve um clima bom. Da colheita passada para esta teve uma chuva regular, e choveu certinho, deu pra fazer a adubação, a gente não teve perda com isso, e o clima até agora foi bem favorável”, disse José Carlos.
José Carlos Velten, produtor de café em Marechal Floriano, ES.
Reprodução/TV Gazeta
LEIA TAMBÉM:
Casal troca maior capital do país pelo campo e cultiva café e pimenta do reino no interior do ES
Produtores perdem plantações de café e pimenta após chuva de granizo no ES
Consumo de café solúvel cresce no Brasil e na Ásia e aquece a indústria; ES deve receber novas fábricas
Orientação e controle fitossanitário
Os produtores também são orientados pelo Instituto de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). De acordo com o pesquisador Ubaldino Saraiva, a chuva bem distribuída facilitou a absorção do adubo. Essa adubação, segundo o especialista, deve ser feita de acordo com a análise do solo.
“A adubação é feita daquilo que a análise de solo realmente está exigindo, está dizendo que precisa, e nós vamos aplicar para a planta a necessidade dela. Nada de produto no escuro. Vamos colocar a quantidade dos nutrientes que a planta necessita naquele momento”, disse o pesquisador do Incaper.
Café cultivado pela família Velten, em Marechal Floriamo, ES.
Reprodução/TV Gazeta
O pesquisador explica ainda que cálcio, magnésio, nitrogênio, fósforo, potássio e calcário são nutrientes importantes para um crescimento saudável da planta e o combate a doenças e pragas – controle fitossanitário. Isso também colabora para manter a produtividade.
“O manejo da lavoura, uma adubação correta e um trato fitossanitário são muito importantes porque uma planta sadia vai ter uma produção boa, uma planta desnutrida vai ter uma produção baixa. Então, você tendo esse manejo e podando a planta no momento certo, podando aquele talhão no momento certo, você consegue manter um equilíbrio na sua lavoura”, disse Ubaldino.
Em Marechal Floriano, a produção de café arábica deve crescer de 20 a 30%. Para o pesquisador do Incaper, a lavoura da família Velten é um dos melhores exemplos de manejo adequado que pode garantir bons resultados também até na safra do próximo ano. Ou seja, sentir menos o impacto causado pela bienalidade.
Agricultores driblam impacto da bienalidade e produzem mais café em ano de safra menor no ES.
Reprodução/TV Gazeta
“Esse é o grande papel do cafeicultor, cuidar bem da sua lavoura, porque cuidando bem dela no próximo ano vai ter produção também. Agora, se você não faz um controle fitossanitário, se você não faz uma adubação correta, a planta esgota, ela vai produzir muito esse ano, no próximo ano ela vai sofrer, vai perder folha e, com isso, perde produção”, destacou Ubaldino.
VÍDEOS: tudo sobre o Jornal do Campo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Fonte G1
Últimas notícias
- São Paulo e Ferroviária jogam por vaga na final do Brasileiro Feminino
- Hoje é Dia: setembro amarelo e alfabetização são destaques
- Produtores avaliam recuperação das áreas destruídas por incêndios
- Receita Nosso Campo: aprenda a fazer uma lasanha de palmito pupunha
- Altas temperaturas prejudicam safra da nêspera | Nosso Campo
- Cresce transporte de cargas na Hidrovia Tietê-Paraná | Nosso Campo
- Cerco da Venezuela à embaixada da Argentina protegida pelo Brasil: cronologia da tensão
- Três israelenses morrem em ataque a tiros na fronteira entre Cisjordânia e Jordânia | Mundo